Tem um sabor bastante salgado e foi uma fonte primária de proteína para os astecas, sabia? É verdade. A história da Spirulina tem séculos. Ainda é usada como alimento no México, no Japão, em África e na Índia. Mas muitos outros países levam a Spirulina para a mesa.
A super alga tem sido alvo de inúmeras investigações e em consequência disso bastante explorada, quer como suplemento alimentar, quer na dermo e nutricosmética. Curiosamente, existem várias espécies de spirulina, mas apenas três são as mais estudas para suplementos e terapêuticas. A saber: Spirulina platensis (Arthrospira platensis), Spirulina fusiformis (Arthrospira fusiformis) e Spirulina máxima (Arthrospira maxima).
À MESA DOS ASTECAS
Estima-se que a spirulina exista há mais de 3500 milhões de anos. Muitas histórias perderam-se no tempo, mas outras houve que foram registadas. De acordo com vários estudiosos, esta é a origem da história da microalga: Na época do Império de Montezuma (1502- 1520), os servos eram obrigados, todos os dias, a levar o peixe fresco ao imperador. Como o peixe não abundava por ali, os servos tinham de percorrer grandes distâncias para o encontrar. E como é que o faziam? Qual era o segredo? Tomavam spirulina, porque lhes fornecia a energia necessária.
Esta alga azul-verde crescia naturalmente nos lagos que circundavam aquela que é hoje a Cidade do México. Os relatos históricos revelam ainda que quando os espanhóis chegaram àquela região, encontraram facilmente spirulina nos mercados astecas. Era um alimento do povo. Em 1519, o conquistador Hernán Cortés escreveu sobre esta planta no seu livro ‘A Conquista do México’.
Séculos depois, a spirulina continua a ser falada, utilizada e investigada para diversos fins, sejam eles terapêuticos ou cosméticos.
De acordo com o nutricionista norte-americano Josh Axe, na década de 40, um botânico francês dava conta de que já no século IX, os “africanos na África central, perto do Lago Chade, cultivavam spirulina”.
Em 1969, uma expedição de cientistas belgas confirmou o verdadeiro valor da spirulina e, desde então, a sua credibilidade terapêutica tem vindo a crescer.
ALIMENTO DO FUTURO
A Spirulina é tão rica em nutrientes que alguns pesquisadores querem atribuir-lhe a categoria de alimento mais nutritivo do Planeta.
Em 1974, esta alga foi nomeada a ‘Melhor Comida para o Futuro’ na Conferência Mundial das Nações Unidas sobre Alimentação. E em 1993, uma revisão científica publicada no Journal of Applied Phycology, chamava a atenção para o poder da super alga a nível do reforço do sistema imunológico. Os investigadores não dão tréguas e continuam a explorar, ao pormenor, as características da spirulina.
FREIRAS PLANTAM SPIRULINA
As referências documentais ao valor nutritivo e terapêutico da spirulina são, por isso, imensas. Assim como as notícias, os estudos e as investigações.
Na República Centro-Africana, freiras católicas usam spirulina para combater a desnutrição no Centro de Saúde St. Joseph. Bangui, onde se encontram. Naquela região, os recursos são escassos e a falta de alimentos é assustador.
A iniciativa das freiras aconteceu após terem reunido com um farmacêutico francês que as aconselhou e ensinou a cultivar spirulina, com o objetivo de combater a desnutrição. Isto porque a spirulina é uma fonte notável de nutrientes, de proteínas, de ácidos graxos, ferro, ómega e antioxidantes. As aplicações na saúde de um superalimento como a spirulina pode salvar vidas. Não só em África, mas em qualquer lugar do mundo.
SISTEMA IMUNITÁRIO
Mais recentemente, em 2017, o Jornal de Angola noticiava que a primeira grande unidade de produção da micro alga ia começar a ser construída no Centro de Formação e Processamento de Ngolome, no Dondo. Segundo a publicação, com 10 hectares dessa alga, podem ser fornecidos suplementos em vitaminas e sais minerais a meio milhão de pessoas.
Mas o interesse das autoridades angolanas nesta alga, não se aprende apenas com o seu aporte nutricional, mas também com as suas características de imunidade. Os primeiros testes provaram a eficácia da planta e agora o governo quer dar continuidade à terapêutica que visa o fortalecimento da imunidade em portadores do VIH/Sida.
A produção desta micro alga está em crescimento, também na Europa. Há três anos, os maiores produtores de Spirulina eram a China e o estado da Califórnia, nos EUA.
Os laboratórios Suta Spirulina Technology há mais de uma década que se dedicam ao estudo dos benefícios desta alga, tendo lançado no mercado dois suplementos surpreendentes, com resultados comprovados. Veja mais aqui.
(Créditos: Imagem DR)