Sabia que mais de 120 mil milhões de unidades de embalagem são produzidas a cada ano pela indústria cosmética global, grande parte da qual não é reciclável? A marca portuguesa Suta Spirulina Technology já contribui para a redução da pegada ecológica: cria produtos com uma base natural e recicla. Um caminho a fazer a bem do Planeta.
Os números não enganam e não podemos ficar indiferentes. De acordo com a Zero Waste, 120 biliões de unidades de embalagem são produzidas a cada ano pela indústria cosmética global, pelo que o setor está cada vez mais atento e procura alternativas para reduzir o impacto ambiental.
A marca Suta Spirulina Technology nasceu já com esse princípio: criar produtos com uma base natural, sem derivados de petróleo, sem fazer testes em animais – muitos antes da entrada em vigor das normas europeias -, preservando os recursos naturais.
De sublinhar que a mineração de minerais e de produtos à base de petróleo, perturba os ecossistemas e esgota os recursos naturais não renováveis.
A MISSÃO DA CRIADORA DA MARCA
Como já aqui dissemos, o processo de criação da Spirulina não polui os solos nem as águas, nem o ar, uma vez que é realizado em estufas próprias, em circuito fechado, com reaproveitamento das águas. Todo o procedimento é natural e exige uma monitorização rigorosa, de forma a garantir a máxima qualidade da microalga que é depois ‘trabalhada’ nos laboratórios, de onde saem os produtos.
Poucas marcas se podem orgulhar de adotar métodos de fabrico/produção sustentáveis, como é o caso da Suta Spirulina Technology. A par da criação de produtos com uma base natural, o caminho da sustentabilidade que preconiza, complementa-se com a reciclagem. Esta é a sua aposta, de presente e de futuro. Mas há ainda um longo caminho a percorrer, como aliás acontece com muitas outras empresas do setor.
Embora em vantagem, a inquietação da criadora da marca, Mirela Suta, é constante:
Temos de continuar a trabalhar em matéria de sustentabilidade. Colocar produtos no mercado com uma visão puramente económica não faz parte do nosso ADN. Acreditamos no valor dos nossos produtos e na sua diferenciação porque na sua base está um ingrediente natural e não poluente. E por isso, também, decidimos agora apelar aos nossos clientes para nos ajudarem nesta missão. Queremos recolher frascos e embalagens para reciclagem. Queremos contribuir, em tudo o que for possível, para a saúde e beleza do ser humano e do Planeta. E é possível fazê-lo”, explicou.
VIDA MARINHA AMEAÇADA
A marca aposta assim na regra dos três ‘R’: reduzir, reutilizar e reciclar.
Associações ligadas ao setor de proteção do ambiente, acreditam que, além das empresas, o consumidor tem de dar o seu contributo, tem de ser exigente nas suas escolhas e ter ele próprio o seu papel na redução da pegada ecológica.
Estando a questão da sustentabilidade e dos impactos ambientais na ordem do dia, muitas são já as empresas que estão a apostar no uso de ingredientes naturais. Não porque querem apostar numa política de sustentabilidade do Planeta, mas também para preservar a saúde das pessoas e dos animais.
É chocante, e custa a digerir, que oito milhões de toneladas de plástico (não só de cosméticos) são despejados nos oceanos anualmente. Este é o tipo de poluição devastador para a vida marinha, e, consequentemente, contamina a nossa dieta. De acordo com um estudo conduzido pelo britânico Richard Thompson, foi encontrado plástico em um terço dos peixes capturados no Reino Unido.
ÁGUA REAPROVEITADA
Não é apenas o plástico que é o problema da indústria da beleza, mas também o grande desperdício de água.
Por este motivo é tão importante que a água, que no fundo acaba por ser o ingrediente mais usado neste sector, seja usado com responsabilidade. Nos centros de produção Suta, as águas da Spirulina são reaproveitadas. Sem comprometer a qualidade e segurança dos produtos.
A poluição dos mares, do meio ambiente, muito devido aos plásticos, levou a ONU a declarar a atual situação como uma ‘crise planetária’. E nenhuma indústria está isenta.
De referir que, ao contrário do plástico, o vidro, o cartão e os metais são 100% recicláveis.
E PORTUGAL ?
Falamos de empresas, mas e os países? Há metas de sustentabilidade a cumprir e há dúvidas se Portugal está no bom caminho.
A Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas explica o desenvolvimento sustentável como: “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e económico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da Terra e preservando as espécies e os habitats naturais.”
O relatório anual de resíduos urbanos de 2017, da Agência Portuguesa pelo Ambiente, indica que em Portugal se produz, em média, 484 quilogramas de lixo por habitante/ ano. De acordo com o National Geographic, este valor fica acima da média da União Europeia (28 países), que é de 483 kg/hab/ano.
Quanto à reciclagem, só 38% dos resíduos urbanos gerados em Portugal são reciclados.
A diretiva da União Europeia para os resíduos, estabelece que em 2020 cada Estado membro deve atingir uma taxa de reciclagem de 50 por cento.
(Créditos:Imagem DR)